Ernst Götsch e as Agroflorestas - Rancho Orgânico

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Ernst Götsch e as Agroflorestas

Você já deve ter ouvido falar sobre o conceito de Agrofloresta, mas você sabe o que é?

Agroflorestas são consórcios de culturas agrícolas e agropecuárias com espécies de árvores e arbustos que podem ser utilizados para restaurar e recuperar áreas degradadas, que busca imitar a natureza, com o solo coberto de vegetação e diversidade de plantas, umas ajudando as outras, sem problemas com “pragas” ou “doenças” — dispensando, inclusive, o uso de venenos!

Trata-se de um “sistema ancestral” de uso da terra que vem sendo praticado há milhares de anos por agricultores de todo o mundo, sendo, mais recentemente, desenvolvido como área de estudos e pesquisa, com o intuito de ajudar produtores a melhorar a produtividade, rentabilidade e sustentabilidade de suas propriedades. Com este modelo, é possível, por exemplo, cultivar árvores frutíferas, hortaliças e também criar animais, tudo em uma mesma área.

As agroflorestas têm despertado o interesse de muitos agricultores, pois, como estão aliadas à produção de alimentos, permitem oferecer diferentes produtos agrícolas e florestais, diversificando a geração de renda de comunidades agrícolas, além de benefícios ambientais.

O criador do conceito Agrofloresta…

Ernst Götsch nasceu na Suíça, onde estudou e trabalhou com melhoramento vegetal até a década de 70. A convite de um aluno brasileiro veio conhecer o país, na época em que a expansão da fronteira agrícola no Paraná punha abaixo as florestas centenárias de araucária. A imagem desta devastação o deixou doente, e poucos anos depois Götsch e sua família vieram se estabelecer na América do Sul, primeiro na Costa Rica, depois no Brasil.

Depois de trabalhar alguns anos em parceria com donos de fazendas, Götsch passou a trabalhar em sua própria terra, uma área de cerca de 500 ha, tornada improdutiva por manejo inadequado (derrubada da mata para criação de gado) em Piraí do Norte, no sul da Bahia, na zona cacaueira.

Em quinze anos a fazenda Fugidos da Terra Seca, em Piraí, tinha sido revegetada e na mata recriada a fauna característica da região estava reinstalada.

Ao mesmo tempo em que a vegetação era recriada, a fazenda se tornou produtiva, com grande variedade de espécies vegetais, incluindo o cacau no sistema cabruca que era tradicional na região, a banana que era comercializada diretamente para a Europa, alimentos para a família e muitas outras plantas.

A revegetação foi feita pelo sistema agroflorestal multiestrato (SAF / Agrofloresta), e hoje a maior parte da fazenda se tornou uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural).

Ernst visitou o Brasil pela primeira vez nos anos 1960 e ficou tão encantado com nossas riquezas naturais quanto chocado com os danos provocados pelas monoculturas. Na década de 1980, mudou-se para a Bahia, onde começou a implantar sistemas agroflorestais. Com esse trabalho, ele adquiriu suas próprias terras, no município de Piraí do Norte, um solo pobre, sem serventia para a agricultura e, por conseqüência, muito barato. Em menos de 20 anos, Ernst havia transformado totalmente o lugar, passando a contar com mais de 300 espécies por hectare e garantindo em sua propriedade um clima até 5 graus mais fresco do que no restante da região.

Implantou o sistema de agroflorestas neste lugar seco e que o sistema impede secas na fazenda, mudando o nome da fazenda para “Olhos d’água”, pois as chuvas são retidas, houve formação de córregos, e tem quase o dobro de precipitação pluvial que as outras propriedades rurais no entorno. Suas terras são consideradas hoje umas das mais produtivas de toda a Mata Atlântica. Conseguiu reflorestar mais de 300 ha de áreas degradadas em florestas altamente produtivas, sem utilizar adubos químicos ou agrotóxicos, levando ao ressurgimento de 17 nascentes.

Sua visão pioneira da evolução e função das espécies, bem como os princípios de seus sistemas, é aplicável em qualquer ecossistema e constitui uma referência internacional no desenvolvimento de Sistemas Agroflorestais – uma nova visão de agricultura que reconcilia o ser humano com o meio ambiente.

Ernst Götsch nos mostra que agroflorestas são agroecossistemas semelhantes aos sistemas naturais. Observando esta premissa ecossistêmica recupera solos degradados, sem insumos de fora, ao contrário da “revolução verde” e do modelo insustentável do agronegócio latifundiário e da monocultura. A agrofloresta evita ciclos anti-ecológicos com desarmonia inoportuna.

“A Vida baseada no Amor Incondicional gera abundância.”

“Somos parte de um sistema inteligente.”

“A vida não conhece tempo, conhece fluxo.”

Ernst Götsch

 

Assista o vídeo Vida em Sintropia e conheça ainda mais sobre o trabalho de Ernst Götsch https://www.youtube.com/watch?v=gSPNRu4ZPvE

 

Fontes:
https://medium.com/clube-organico
http://www.agendagotsch.com/
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