Introdução alimentar – parte 1
O momento da introdução alimentar chegou! E agora, o que fazer?
Preparamos um conteúdo com muito carinho e informação para ajudar as mães a conduzirem este novo momento com muito mais confiança, segurança e tranquilidade! Uma nova fase na vida da família se inicia e tudo o que as mães mais desejam é ver seus bebês crescerem sadios e fortes, não é mesmo?
Compreender é preciso…
Imagine que até os 5 meses de vida os bebês se alimentam deitados no aconchego do colo, quentinhos e protegidos, conectados às mães e ouvindo ainda seu coração bater… que delícia, né? Sua fome é saciada apenas com um único alimento de sabor adocicado e de textura homogênea: leite materno.
Com a nova rotina de alimentação tudo muda para o bebê (e para a mãe também!). Surgem alimentos com cores, cheiros e texturas muito diferentes do sabor do leite. Portanto, esse novo contexto alimentar é muito diferente do que ele estava acostumado e pode causar reações diferentes em cada bebê e por isso é natural que no início o bebê ofereça resistência a essa nova experiência que ele desconhece.
Introduzir uma nova rotina de alimentação complementar para o bebê que está mamando muito bem é um assunto que gera muita dúvida e ansiedade em todas as mães, não importa quantos filhos teve ou experiências essa mãe já passou, esse é um momento que sempre marca a vida deste novo membro da família!
Geralmente aos 6 meses de vida o bebê iniciará a sua introdução alimentar complementar e os mais diversos sentimentos dominam as mães que passarão por este processo, surgindo dúvidas sobre a melhor forma de se preparar os alimentos, como posicionar a criança na cadeira de alimentação, qual colher e prato utilizar, e finalmente como se dará a real aceitação dos alimentos pelo seu bebê.
A introdução alimentar complementar nada mais é do que uma nova fase da vida e do desenvolvimento do bebê, onde não há um manual a ser seguido pois cada bebê tem o seu próprio ritmo e processo de aprendizagem… porém há recursos que podem ajudar as mães a melhorar a relação de seus bebês com os alimentos.
Inicialmente, alguns bebês estarão mais interessados e curiosos pelos alimentos do que outros. Alguns bebês, logo nas primeiras vezes, já abrirão bem a boquinha, terão a curiosidade em querer manipular, cheirar e comer os alimentos e não se importarão em se sujar nas refeições. Porém, para outros bebês toda essa interação com os alimentos talvez não ocorra tão de imediato. Alguns talvez nem queiram tocar os alimentos, outros chorarão apenas ao se sentar na cadeira de alimentação, outros se incomodarão muito com a sujeira nas mãos… A paciência e compreensão são os ingredientes principais desta introdução alimentar para ajudar o bebê a assimilar todas essas mudanças de forma mais leve.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade. Depois dessa idade, o leite materno pode ser ofertado, porém a introdução alimentar se faz necessária por aspectos orgânicos do desenvolvimento da criança, e pela demanda de nutrientes do período.
A introdução deve ser lenta e gradual, respeitando a aceitação do bebê.
A partir do sexto mês, itens alimentares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) podem ser oferecidos, de maneira complementar a amamentação. Para os bebês que ainda mamam, em média 3 refeições diárias (2 papas de fruta e uma principal), e para as que não mamam, até 5 refeições (três papas de fruta e duas principais).
O processo de introdução de diferentes tipos de alimentos não precisa ser feito abruptamente. Deve-se respeitar a demanda de fome e saciedade do bebê, que está adaptada a rápida digestão e absorção dos nutrientes do leite materno, portanto, uma grande mudança nesses processos acontece na introdução de alimentos.
Não existe uma ordem correta para introduzir alimentos, portanto você pode escolher usar frutas ou legumes cozidos. As 3 refeições podem começar com papa de fruta ou fruta in natura ou se preferir, porém menos comum, com papa de legumes cozidos (avalie condições e critérios de segurança para ofertar alimentos inteiros ao bebê).
As deliciosas papas de frutas!
Um bom momento para oferecer a fruta é durante o período matinal, no passeio ou banho de sol. Para prepará-las não devemos bater, processar ou peneirar a papa, apenas amassar, ralar ou raspar a fruta é o suficiente.
O que usar? Banana, mamão, maçã, pera…
Bananas-maçãs tendem a prender o intestino, sendo recomendadas para o caso de para combater a diarreia, enquanto as bananas nanicas soltam, sendo usadas prisão de ventre. A banana é uma fruta rica em fibras, potássio, vitaminas C e vitaminas B1, B2, B6, além dos minerais como magnésio, cobre, manganês, cálcio, ferro e ácido fólico.
O mamão papaia é uma fruta muito nutritiva, possui vitaminas A, C e do complexo B e sais minerais como ferro, cálcio e fósforo. Contém papaína, uma enzima que auxilia na digestão dos alimentos e absorção de nutrientes pelo organismo. Solta o intestino.
A maça é um fruto de sabor fácil e adocicado, rico em vitaminas B1, B2, niacina e minerais como cálcio, ferro, fósforo, potássio.
A pera possui um sabor mais neutro, é rica em sais minerais como, por exemplo, sódio, potássio, ferro, magnésio e cálcio, vitaminas do tipo A, C e do complexo B.
Aqui vale a atenção para que a maçã e a pera sejam oferecidas sem deixar escapar nenhum pedacinho maior que possa engasgar o bebê.
A partir da aceitação de cada fruta individualmente, você pode começar a misturar duas delas para fazer uma papinha mais rica, como, por exemplo:
Banana com maça,
Maçã com pera,
Mamão com laranja,
Banana com pera.
Inicie com uma fruta por vez, a cada 2 dias, e ir mudando aos poucos. Assim fica mais fácil identificar possíveis reações alérgicas. Se o bebê tem intestino muito solto, prefira alimentos que não soltem muito, e vice- versa.
Procure utilizar alimentos de origem orgânica, principalmente os que não possuem casca. O organismo do bebê está em desenvolvimento e formação, necessitando de uma gama de nutrientes que são encontrados somente em alimentos orgânicos, que também são cultivados livres de qualquer tipo de veneno.
Espero que tenham gostado! Nas próximas postagem traremos ainda mais informações valiosas, dicas e combinações!
Um abraço,
Dra. Luiza Savietto
Médica nutróloga, criadora do projeto Nutriohm, professora docente do curso de pós graduação em Nutrição Vegetariana (Recife), professora no curso de formação de instrutores de Yoga Inbound no Centro Cultural Vrinda (São Paulo), pós graduanda em Bases de Saúde Integrativa pelo Hospital Israelita Albert Einstein (São Paulo).
Presta serviços junto a Instituições que fomentam ou apoiam a alimentação saudável como Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, Prefeitura Municipal de São Paulo, ministra palestras e aulas em diversos segmentos da sociedade, difundindo alimentação consciente e saúde integral (MUDA-SP, UMAPAZ).