Mitos sobre vegetarianismo
É provável que você já tenha escutado alguns mitos sobre o vegetarianismo, como que sua prática causa anemia, flacidez, falta de proteínas e até mesmo deficiência nutricionais…
Na verdade a nossa sociedade negligenciou o vegetarianismo durante muitos anos, e esses conceitos – na maioria das vezes médicos – são ainda trazidos de gerações passadas para as novas gerações, que muito pouco se aprofundaram e se atualizaram no quesito nutricional e trazem essa “bagagem” de conhecimento e crenças ultrapassadas para nossa realidade e conduta atual.
Se parar para pensar, durante os 6 anos de estudo, um aluno de medicina tem apenas 6 meses da matéria de nutrição na grade curricular da faculdade, o que é muito limitado e básico para se adquirir o conhecimento de forma profunda sobre como cada alimento atua no organismo e acompanhar estudos, pesquisas e novidades da nutrição, uma disciplina dinâmica e viva!
Antigamente eu mal recebia em meu consultório encaminhamento médico por sintoma de deficiência nutricional, muitas vezes nem eram notadas, hoje em dia já recebo pacientes com queixas relevantes dizendo que o médico pediu primeiro que passasse com um profissional nutricionista para avaliação do caso, isso é ótimo!
Um trabalho multidisciplinar é simplesmente agregador para todos, nutricionistas, médicos e principalmente para os pacientes, que muitas vezes fazem tratamento de enxaqueca sem saber que pode estar correlacionado a deficiência nutricional como por exemplo Vitamina D e a B12.
A indústria alimentícia é uma das principais causadoras destes mitos, de acordo com os interesses elas têm permissão para escreverem o que quiserem nos rótulos e isso se propaga muito rápido. Quer um exemplo? Há anos que o leite de vaca é tido como alta fonte de cálcio, a carne bovina como “única” fonte de ferro, o achocolatado (açucarado e cheio de conservantes) é anunciado como fonte de vitaminas e por ai vai…
É necessário fazer exames antes de aderir a uma alimentação vegetariana?
Claro, assim como em outros casos de intervenção nutricional, importantíssimo que seja anualmente, deve-se acompanhar seu nível nutricional de forma bioquímica, por análise de exames, afinal isso prevê sintomas que muitas vezes estão a um fio de se tornarem expressivos.
Mas não se limita ao vegetariano! Muita vezes, se não dizer na maioria delas, avalio em meu consultório exames de vegetarianos/veganos mais positivos do que de onívoros, isso acontece porque este “público” por se colocar como vitrine de julgamentos se preocupa mais em estar sempre bem para não ser motivo de acusações e com isto a saúde provinda da alimentação se torna o pilar da vida deles, curioso isso né?
E o ferro, como fica?
É necessário e muito importante ter um consumo adequado de todos os alimentos, tendo este cuidado sem dúvidas o nível ideal do seu ferro também será alcançado. Alimentos importantes para se incluir diariamente são as leguminosas, vegetais verdes escuros, oleaginosas como as castanhas e sementes.
Também é necessário ter atenção com aqueles minerais que dificultam e os que ajudam a ter esta absorção de ferro. Sabemos que a vitamina C tem o poder de aumenta até 4 vezes a absorção do ferro, por isso a inclusão de uma fonte dela, seja laranja, limão espremido, abacaxi, acerola junto a uma refeição, a assimilação será potencializada e sem dúvidas será possível ter seus níveis adequados.
Mas e o colágeno? A flacidez?
O colágeno é uma proteína que assim como as outras proteínas é composta por aminoácidos, encontrada no reino animal e vegetal e o melhor de tudo: nosso corpo produz!
Para termos essa boa produção precisamos estar em equilíbrio com alguns minerais, como zinco, cobre, vitamina C, vitaminas do complexo B, todas encontramos facilmente na alimentação vegetariana por isto a individualização é indispensável.
Não somos uma máquina, nosso corpo pode precisar de doses de medicamentos diferentes um dos outros e por que não usar o alimento como nosso próprio medicamento? Muito mais gostoso, não? Porque consultar um dentista com problema de dente e não olhar sua alimentação para um problema com seu organismo?
Com a idade, após os 25 a 30 anos, sofremos com uma mudança hormonal natural, com isso o colágeno sofre uma degradação, uma menor produção, de certa forma variada de pessoa por pessoa.
Em casos genéticos não podemos controlar, mas em termos nutricionais você pode fazer sua parte, evitando exposição a agrotóxicos principalmente, consumindo alimentos orgânicos!
Sempre digo que consumir orgânicos é investir na saúde a longo prazo, é entender que aderir a estes alimentos “limpos & puros” é construir vida, fortalecer o seu imunológico como um todo, oferecer ao corpo qualidade nutricional e com isso adoecer muito menos (e gastar dinheiro com remédios!!!).
Outro fator é reduzir ou excluir se possível os industrializados, retirar caixinhas, latinhas, conservas e procurar mais o que vem em natura “da terra” .
A exposição ao sol, restrição de sono, estresse, cigarro também são colaboradores para esta má produção de colágeno, facinho fazer sua parte com isso.
Vamos também aceitar que todos vamos envelhecer e não seremos jovens para sempre! Portanto, faça o que for da sua capacidade, cuide-se e invista em você!
Bruna A. Fantazia Olivetti
CRN – 36315
Nutricionista Especializada na área Esportiva e Estética e em Suplementação Esportiva. Atende publico ativo, desde praticantes de atividade físicas até atletas, gestantes.